terça-feira, 17 de agosto de 2010

CARNAVAL

Carne e aval
Carne e cor
Cor de ouro,
De ouro escarlate,
Nas carnes em flor. 

Carnaval
Carne sem aval.
Sem avalista das curvas
Sem seguros sensuais,

Sem fiança de encontros.

Dos encontros casuais.

Mais epiderme que roupa
Nu artístico que rouba
Das retinas quase loucas
Reviravoltas totais.


O corpo inteiro requebra
Em movimentos - sem igual.
Serpenteia a colombina

Coberta de purpurina
Desnuda-se escultural.


O sol queimando a epiderme
Tatuando toda a pele
De sapoti e coral. 


Todos são reis e rainhas.
Das fantasias ao enredo.
- O asfalto e a favela
Se fundem na passarela
Na mágica do carnaval.


Carnaval, carne e cor
Do bronze ao escarlate
Jambo na pele dourada
Reina o sol da igualdade

Num só luxo e esplendor!
                   Jailda Galvão Aires (Rio, 2010)

2 comentários:

Vane disse...

Fiquei com saudades dos nossos carnavais.
Beijos
Vane

Anônimo disse...

Dá samba!!!!