quarta-feira, 20 de abril de 2011

TRIBUTO À MINHA MÃE

  Minha mãe era  pequena,
  Mais leve que a leve pena,
  Mais frágil que um papel.
  Mas tinha tanta firmeza,
  Tanta fé, que com certeza,
  Vinha de uma fonte do céu.

  Vovó, morrendo, partiu,
  Vovô também desistiu,
  De viver, sem  o seu amor
  Saiu pela vizinhança,
  Distribuiu as crianças,
  E para o céu se mudou.

  Foi triste a separação,
  Em cada casa um irmão,
  Em cada peito uma dor.
  Mas crescendo a semente
  De Deus, plantada na mente,
  Cada um foi vencedor.

  Mais tarde se encontraram,
  Nunca mais se separaram,
  Minha mãe e seus irmãos.
  Reconstruíram suas vidas,
  E minha mãezinha querida,
  Com meu pai uniu as mãos.

  Nosso lar era singelo,
  Mas parecia um castelo
  Com torres tocando o céu,
  Minha mãe nos educava,
  E com meu pai, trabalhava.
  Dividindo um só troféu.  

  De dia ensinava a gente.
  Plantando tenras sementes,
  Do ler, escrever,  somar.
  Quando chegava a noitinha,
  As nossas mãos em conchinhas,
  Hora sagrada de orar.

  Que saudades mãe querida,
  Carrego na minha vida,
  Suas canções de ninar,
  No seu peito me alinho,
  Como um filhote no ninho,
  Querendo ainda escutar:

  “Dorme, dorme, filhinha.
  Meu anjinho inocente,
  Dorme, dorme queridinha,
  Que mamãe está contente”.
       Rio, 07/05/2010. Jailda Galvão Aires

 
 
  

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo! Jay amei o seu blog, e este poema me emocinou. Mire

Vanoquinha disse...

Querida Jay,
Fiquei muito emocionada ao ler tão merecida homenagem.
Dona Zildinha, com certeza, está dormindo ao lado do seu Bom Pastor, e muito em breve Ele a despertará para lindas estórias ela nos contar. As lindas canções de ninar que da sua boca brotavam não serviram apenas para você adormecer, mas, sobretudo, para lhe proporcionar essa imensa alegria de viver.
Muita paz!
Beijos,
Vanoquinha