segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

LEONARDO MACHADO DE LACERDA - SAUDADES NOSSO HEROI...


"...Assim como os céus são mais altos do que a terra,
Os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos,
Meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.
(Is 55:8-9)   




Teus propósitos Pai, nem sempre são os nossos anseios.
Tuas veredas não são as nossas veredas.
Não entendemos quais fins justifiquem os meios.
Somos limitados para alcançar as Tuas certezas. 

Em que estrelas moram os nossos sonhos?
Onde fica armazenada a nossa luta incessante
Às vezes gloriosa e muitas vezes inglória?
Sabemos que os nossos filhos pertencem a si mesmos,
E cada um escreverá, se a vida permitir, a sua própria a sua história. 

Quando deixam o calor do nosso ventre,
Fazem morada eterna em nossa mente.
E, mesmo distantes e independentes,
Mais perto estão dos nossos corações,
Das noites em claro povoadas de medos.
Dos joelhos ao chão em aflitivas orações, 

Queremos enxugar seus prantos, educar seus erros.
Mostrar-lhes o mar, o céu, os passarinhos...
Fotografar os seus primeiros passos,
Colar na parede os primeiros rabiscos
E, descobrir em cada semelhança.
Os traços do  papai, da mamãe, dos irmãozinhos...

Respondemos aos intermináveis por quês 
Revistamos as mochilas e os uniformes,
Os livros, os cadernos e cada dever escolar.
Repetimos histórias até adormecerem,
Pedindo aos “anjos” que protejam os seus sonhos
E todos os caminhos por onde irão trilhar. 

Queremos vê-los levantar o suado diploma,
Jogar mais alto o capelo e gritar: Vitória!
Vitória também nossa! Missão cumprida.
Que para nós foi ontem e lampejo de vida. 

Por mais amor que tenhamos por Ti meu Deus,
Não aceitamos a inversão da partida.
Em lágrimas dolorosas aos céus blasfemamos :
- Não queremos guardar medalhas por heroísmo.
Queremos vê-los fortes, felizes, vivos,
Para dizer a cada novo dia o quanto nós os amamos. 

Às vezes conjecturo: Logo eu, que nada sei...
Que ao serem gravadas as “Tábuas da Lei”.
Não sei se Deus, por não ser mãe, se esqueceu, 
Ou  Moisés, ante a sarça com seu ardente brilho,
Não gravou o “XI mandamento que assim seria”:
- Nenhum pai ou mãe viverá para enterrar um filho. 
 
        Rio, 27/01/2013.Jailda Galvão Aires



3 comentários:

Anônimo disse...

Mãe,
Essa é a essência da vida.
Viver sem saber o que se espera.
A única certeza é que a bravura deste homem ecoará além desta vida.
Esta alma não estará perdida na imensidão.
Deus! Apresenta, a este novo espírito de luz, o paraíso.
Leonardo, tenha uma próspera vida neste novo mundo!
Júnior

Anônimo disse...

Tia,
Não há como não me emocionar ao ler tão lindas e bem colocadas palavras.
Você conseguiu descrever com leveza a missão de criar um filho e finalizar como alento a dor de perdê-lo. Sou mãe, e estou em pensamento com o Flávio e sua esposa. É no mínimo surreal perder um filho... em qualquer circunstância, mas no caso deles é pior: O Léo foi ARRANCADO deles, e mesmo sendo herói, acredito que isso não ameniza...
Que Deus, em sua infinita sabedoria, alente os corações dessa família. E que Ele ilumine mais ainda o seu coração para continuar nos presenteando com esse dom maravilhoso!
TE AMO!!!

Unknown disse...

Beijos,
Dulcinha