De repente, o infinito tornou-se finito.
Universos paralelos eclodiram.
Bilhões de novos céus surgiram
Parindo nebulosas e planetas
Içando trilhões de novas estrelas.
Nesta odisseia científica,
Como catalogá-las
Se não podemos contá-las
Sendo impossível contê-las?!
No afã de novas descobertas
Guardiões de incontáveis galáxias
Picotaram a mais brilhante estrela
O esplendor da nossa Via Láctea!
O Astro Rei da minha escola,
O “solus” – de quinta grandeza
Diminuto ficou. Um grão de esfera!
Monstros caolhos bisbilhotando o céu
O apelidaram de Estrela Anã.
Quem se lembrará de chamá-lo “Coaraci”
Se Tupis e Guaranis nem existirão
amanhã?
Minoraram a fonte doadora de vida.
O alimento vital de múltiplas espécies
Que ilumina a Terra e clorofila as matas
Bronzeia corpos nas praias infindas
Devolve a chuva aos mares e cascatas.
Quem pediu que dissecassem o meu céu
Que sendo único era finito e profundo
Começava e terminava na abóbada azul
A grande catedral do meu risonho mundo!
Quero de volta o meu céu de estrelas
Minha lua branca, translúcida e
prateada.
Cheia de dragões e deuses esculpidos
Unindo corações em doces serenatas.
Quero minha tela azul com tufos de algodão
Formando bichos, monstros e fadas!
Olhos acompanhando os flocos branquinhos
Das crianças felizes brincando nas
calçadas.
Quero o reverso, o céu de minha infância,
Onde enfileiravam estrelas cadentes
Riscando o céu como fagulhas juninas!
Quero minha bola de fogo aclarando a
redondeza.
A minha estrela de “primeira grandeza”
Que embalava meus sonhos dourados de
menina.
Jailda 04/06/2013